quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO E CHAMADA PARA O PROJECTO CORPO EM MANIFESTO!


Horário| 23 de Fevereiro, das 13H30 às 16h30, e 24 de Fevereiro das 11H às 20H.
Local| Casa da Esquina, Rua Aires de Campos nº6, 3000-014 Coimbra. 
Contactos| 239041397/929090628 geral@casadaesquina.pt

Custo: 25 Euros
Inscrições| sjaleco@yahoo.com

 Corpo em Manifesto é uma criação de dança-performance que nasceu em Montpellier na primavera de 2011, no seio do colectivo corpo-dança-criação LeMooveNeMent (www.lemoovenement.blogspot.com).

Este laboratório de criação é uma chamada para um Corpo em Manifesto que quer nascer em Coimbra, na Casa da Esquina. Trata-se neste primeiro encontro de uma audição/laboratório informal para dez pessoas a quem esta proposta suscite uma inquietação boa.

O desafio é o de pôr as mãos na massa a partir dos nossos corpos como manifestos, nossas pequenas revoluções singulares, individuais e colectivas, que pedem para ser expressadas, no seio duma realidade social e política que tem sido fonte de inquietações férteis. A proposta é a de tecermos, concebermos, desenharmos, construirmos como artesãs, uma estrutura que foi sonhada como flexível mas firme, como uma teia de aranha aberta, feita de bamboos, na qual estão inseridos e suspensos verticalmente painéis vazios sem palavras. A força desses ditos invisíveis chega através dos solos que são gotas de manifesto que irrompem dos deslocamentos em massa da estrutura colectiva que nós seguramos a cima das nossas cabeças. Nesta massa colectiva ligada por esta estrutura que movemos e que nos move a todas, a cada uma, surgem movimentos em uníssono, contradições no espaço, falhas na sustentação colectiva da estrutura, provocações de uma para todas, corridas com harmonias, aglomerados num canto por baixo da estrutura, flutações e oscilações quase invisíveis, silêncios-poesias móveis e vivos, marchas caóticas e lutadoras, corpos em manifesto…! O convite é para três etapas de trabalho que se vão cruzando umas com as outras, para já apresentadas e experimentadas sucintamente durante um fim-de-semana, e com continuidade e aprofundamento ao longo do ano: tecer a estrutura, criar os solos de dança-manifestos, desenhar as dinâmicas do colectivo-estrutura. Dançar!!
Etapas de trabalho para o fim de semana :

- Como artesãs, vamos inventar, experimentar, ir tecendo até construirmos com as nossas próprias mãos, uma estrutura em rede, como uma teia, flexível mas firme e estável, que vamos segurar colectivamente por cima das nossas cabeças; temos que descobrir a matéria e a forma no espaço que ela terá entre nós e em Coimbra, nas ambiências da Casa da Esquina. Este tempo é um estar junto que já cria relação e afectos que vão deixar emergir as danças-manifestos.

- Através dum trabalho de corpo e movimento à escuta do nascer do gesto individual e colectivo, vamos trabalhar em grupos na emergência e escrita dos micro solos-manifestos de cada uma. Esta pesquisa coreográfica baseia-se num guia de exploração definido pelo nome do manifesto, a qualidade de corpo, a qualidade de espaço, o estado de presença, a geografia de corpo, e a implicação política. Cada solo corpo-manifesto nasce de uma história-caminho de vida de cada uma, criando uma espécie de instalação viva performática plural.

- Vamos praticar enquanto aglomerado colectivo de pé, qualidades de deslocamento conjuntas no espaço, ritmos de caminhada, marchas que avançam e recuam, câmbios de direcções, variações de velocidades, estados de escuta mais silenciosos, mudanças de posição inesperadas, e outras surpresas. Vamos trabalhar também as dinâmicas e poesias de cada surgir e destacar dum solo-manifesto desde a estrutura, bem como o regresso de cada manifestante à massa colectiva após o seu solo dançado.



 
As origens e a vida desta criação até hoje...
Surgiu de um acaso e de um desejo...um convite que fiz a algumas pessoas com quem venho tecendo afectos e danças, para escreverem um pequeno manifesto, algo que urge nelas, que pede para ser dito, expressado, partilhado, gritado, chorado, sorrido, dançado! Dois desses textos e o meu próprio manifesto, plantaram em mim a necessidade de criar este Corpo em Manifesto. Aceitando uma carta branca da associação Bouillon Cube e do espaço La Grange, no sul de França, ao LeMooveNeMent de Montpellier, lancei um convite a algumas bailarinas. O desafio era o de pôr as mãos na massa a partir dos nossos corpos como manifestos, nossas pequenas revoluções singulares, individuais e colectivas, que pedem para ser expressadas, no seio duma realidade social e política que tem sido fonte de inquietações férteis. A proposta que pus no chão (porque foi assim que começamos, sentadas no chão...), foi a de tecermos, concebermos, desenharmos, construirmos como artesãs, uma estrutura com a qual sonhei nessa altura. Uma estrutura flexível mas firme, como uma teia de aranha aberta, feita de bamboos, na qual estão inseridos e suspensos verticalmente painéis vazios sem palavras. A força desses ditos invisíveis chega através dos solos que são gotas de manifesto que irrompem dos deslocamentos em massa da estrutura colectiva que nós seguramos a cima das nossas cabeças. Nesta massa colectiva ligada por esta estrutura que movemos e que nos move a todas, a cada uma, surgem movimentos em uníssono, contradições no espaço, falhas na sustentação colectiva da estrutura, provocações de uma para todas, corridas com harmonias, aglomerados num canto por baixo da estrutura, flutações e oscilações quase invisíveis, silêncios móveis e vivos, marchas caóticas, corpos em manifesto…
Corpo em Manifesto estava ali a nascer deste primeiro passo, e dedicou-se durante um ano a criar, investigar, afinar, as formas que se viriam a desenhar. Atravessámos vários tempos de encontro-residência e esta dança-performance sai à rua em Montpellier pela primeira vez no dia 12 de Maio 2012. Nesse dia dançámos na Esplanade Charles de Gaulle, com a atmosfera do aniversário do movimento dos Indignados em Montpellier, que fui acompanhando bastante de perto. Nessa mesma tarde dançámos também a forma bem desenhada do Corpo em Manifesto no Festival Z'artsBô dans la Rue, na Maison Pour Tous Féderic Chopin. Sara Jaleco, Felicia Moscato, Marie-Pierre Serre, Sonia Gomez et Clara Meffre, com o som criado e sentido ao vivo por Sam Harfouche, deram corpo a esta criação. http://www.lemoovenement.blogspot.pt/p/creations.html

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