LINHAS CRUZADAS
Para 2013/2014, O Teatrão, o Jazz ao Centro, o CAPC
– Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e a Casa da
Esquina inauguram LINHAS CRUZADAS: um autêntico bairro das
artes, onde as casas das quatro entidades partilham uma vizinhança
com capacidade de contágio e cruzamento de obras, artistas e
públicos; um território comum de ação que se forma tanto a partir
dos espaços físicos das estruturas, como de um espaço imaginado,
metafórico, capaz de construir referências e ligar diferentes
imaginários em torno de um objetivo. Neste biénio, as quatro
estruturas articularão uma programação conjunta que inclui música,
teatro e artes plásticas e que objetiva um movimento transformador
da identidade da cidade, bem como da sua relação com a região e o
país. CONTA-ME COMO É é a primeira produção d’O Teatrão
para este projeto, onde a propósito da leitura de cenas inéditas
sobre o país atual, damos carta branca aos seus autores para
programarem um fim de semana de atividade cultural em torno dessas
cenas.
O CONTA-ME COMO É começou a ganhar forma em 2012, com o
Seminário Brecht, orientado pelo Doutor António Sousa
Ribeiro (FLUC e CES), logo seguido de um seminário de dramaturgia
portuguesa em que os autores participantes (Jorge Palinhos, Miguel
Castro Caldas, Pedro Marques e Sandra Pinheiro) se propuseram fazer
um retrato pessoal do país. Os pontos de partida para a criação
destes textos foram as obras Terror e Miséria no III Reich,
de Bertolt Brecht, e Terror e Miséria no Primeiro Franquismo,
de J. Sanchis Sinisterra. Se, nos anos 20 e 30 do séc. XX, o Terror
que inspirou Brecht foi o do regime nazi, e se os que sobreviveram à
guerra civil espanhola foram matéria de criação dramatúrgica para
Sinisterra, neste momento, em plena alvorada do séc. XXI, num
Portugal e numa Europa em “crise” e num mundo irreversivelmente
globalizado, que Terror e que Miséria nos moldam? Que “poderes”
influenciam os nossos hábitos e modo de vida e que relação se
estabelece entre o Indivíduo e o Poder instituído?
No primeiro semestre de 2013, apresentamos a primeira parte deste
projeto, lendo cenas inéditas daqueles quatro dramaturgos em quatro
sessões, uma por autor, espalhadas por quatro meses. Esta série
teatral culminará, em 2014, com um espetáculo onde se cruzarão as
cenas dos quatro autores, a apresentar também nos vários espaços
das LINHAS CRUZADAS, numa série de episódios teatrais.
Fevereiro é o mês de Pedro Marques no CONTA-ME COMO É, que inclui
cinema (a trilogia ZEITGEIST – ADDENDUM –
MOVING FORWARD, de Peter Joseph), música (um
espetáculo-homenagem a Frank Zappa) e a leitura encenada das suas
cenas.
Mundo em mudança
CONTA-ME
COMO É (TEATRO)
Pedro
Marques
ZEITGEIST:
O FILME
(CINEMA)
de
Peter Joseph
CASA
DA ESQUINA | 22 de fevereiro | sexta | 21h | entrada
livre
ZEITGEIST:
ADDENDUM
(CINEMA)
de
Peter Joseph
SALÃO
BRAZIL | 23 de fevereiro | sábado| 14h | entrada
livre
THE
CHROME PLATED MEGAPHONE OF DESTINY (MÚSICA)
Banda
de homenagem à música de Frank Zappa
| OMT | Tabacaria
| 23 de fevereiro | sábado | 21h30 | Entrada: €5
ZEITGEIST:
MOVING FORWARD
(CINEMA)
de
Peter Joseph
CASA
DA ESQUINA | 24 de fevereiro | domingo | 10h30 |
entrada livre
CONTA-ME
COMO É
(LEITURA ENCENADA)
CAPC
– Edifício Sede | 24 de fevereiro | domingo | 15h
| entrada livre
A
programação proposta por Pedro Marques para estes dias assenta na
ideia de que “o mundo está (e não, “é”) em permanente
mudança e que todos desempenhamos um papel importante (de
protagonistas) nele”.
Para
P. Marques, a imposição de uma ideia de “crise” e de um sistema
que tudo justifica e que a todos envolve, eliminando utopias e
esperança, é motivo suficiente para se projetar a trilogia
ZEITGEIST – ADDENDUM – MOVING FORWARD, do realizador/músico
norte-americano Peter Joseph, numa demonstração de que “esta
crise não é um percalço num sistema, ela É o próprio
sistema”.
Já
a obra paramusical de Frank Zappa, com todos os seus tons dadaístas,
é a inspiração dos THE CHROME PLATED MEGAPHONE OF DESTINY, banda
de pesquisa da música de um dos artistas/compositores/músicos mais
importantes do séc. XX. Neste espetáculo, mais do que um
concerto-tributo, encontramos uma realização artística à volta do
universo de Zappa.
Por
fim, na domingueira tarde de 23 de fevereiro, os atores d’O
Teatrão, dirigidos por Jorge Louraço Figueira, farão na sede do
CAPC uma leitura encenada das cenas escritas por Pedro Marques.
PEDRO MARQUES é licenciado em Estudos Artísticos – Artes
do Espetáculo pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Traduziu obras de Harold Pinter, Sarah Kane, Pier Paolo Pasolini,
entre muitos outros. Foi editor da Revista de teatro Artistas Unidos.
Escreveu Pigs From Hell (Menção Honrosa no Concurso de Novas
Dramaturgias do DRAMAT – 2004) e D. Carlos por Quadros
(encenado por Mário Trigo no Teatro Mosca), entre outras peças.
Leciona a disciplina de História do Teatro e Dramaturgia no curso
Formação Teatral sediado na Guilherme Cossoul.
THE CHROME PLATED MEGAPHONE OF DESTINY:
FLIP – Bateria, kazoo, voz
MIKAO – Voz, percussão
ZÉ PAULO – Baixo
RODNEY – Clarinete, voz, percussão
VASQUO – Teclas, voz, kazoo
RUTH – Guitarra, voz
Peter Joseph é
um diretor, escritor, cineasta e compositor norte-americano que viu o
seu polémico documentário, Zeitgeist: The Movie, ser
premiado em 2007 e que, ao ser livremente lançado na internet,
obteve mais de 100 milhões de visualizações durante esse ano.
Originalmente, não sendo esta obra concebida como um filme, adquiriu
tal estatuto, fruto da sua consagração global. Ao mesmo tempo,
estimulou o seu autor (e também narrador) a realizar, em 2008, a
sequela Zeitgeist: Addendum, igualmente premiado e que, logo
no primeiro ano, conseguiu 50 milhões de visualizações. Nestas
obras, Peter Joseph trata várias questões, como o sistema de
Reserva Federal dos EUA, a CIA e as relações de corrupção que se
estabelecem entre o mundo empresarial (as corporações), os
governos, as instituições financeiras e mesmo as religiosas.
Ainda em 2008, Joseph, confrontando-se com a reação viral dos dois
primeiros filmes e inspirado pelo “Projeto Vénus” (criado pelo
pelo designer industrial Jacque Fresco), decidou fundar o “Movimento
Zeitgeist”, uma organização global com milhares de aderentes em
200 países e que visa promover a transição da cultura para um novo
paradigma económico e sustentável. Na sequência, surge o terceiro
filme da série Zeitgeist: Moving Forward, lançado em 2011.
Em todo este projeto de filmes culturais, Joseph mantém o estudo
sobre o atual “Zeitgeist”, ou seja, sobre “o espírito do
tempo, da época” ou “sinal dos tempos”.
Para
mais informações: geral@oteatrao.com,
239 714 013 / 914 617 383